quarta-feira, 12 de março de 2014

De lisonjear..

Além de todas as mensagens de apoio e versos de improviso que recebi nesta curta caminhada do Cantos Tortos nas ruas, compartilho aqui três belos poemas que recebi de amigos poetas, inspirados pela leitura dos versos. Muito obrigado, meus caros! Aí vão eles:

Cantos Tortos

Poesia afiada, 
Um machado, uma navalha,
Um espelho estilhaçado,
Na garganta do descaso,

Poesia torta,
Talhada em verso e prosa,
Foice e martelo
No céu cinza de concreto,

Poesia vermelha,
De sonhos, sangue e veias abertas, 
Arte poética de los Andes 
Também de becos e vielas,

Cantos Tortos,
Poesia de trincheira,
Terrorismo, front,
E vandalismo poético.

(Jayme Perin Garcia)

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intranquilidade 

para Lucas Bronzatto, autor dos “Cantos Tortos”

sonho incômodo 

nele éramos todos amigos 
próximos 
confinados em cômodos 
separados de uma mesma casa 
que nós 
isolavam e excluíam 
uns dos outros 

um pobre inseto coitado 
levava de cela em cela 
um barbante que se tornava elo 
esticado e amarrado no prego ali do lado 
pra cada verso pensado um toque 
no barbante que reverberava 
por cada canto torto 
dos sujos e apertados quartos 

ia com o cuidado 
de se conter na ideia 
linha complexa 
curta por outro lado 
que não excedesse o trajeto entre verso 
e horário 

pra segurar o poema só palma aberta 
como um mal me quer bem me quer inverso 
da mão de cada poeta em verso uma pétala 
ressarcida 
às flores de todos 
os tempos 

vai já longe 
inseto 
me despeço 
com o perdão da ingênua ousadia que é lhe ter 
e me oferecer pra si 
irmão 
um incômodo 

como fosse um heterônimo 

(Ricardo Escudeiro)

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Crítica ao livro Cantos Tortos do Jornal Enfado Poético-Critico José Joaquim Augusto Reis Encina da prole terceira de D.João dos Anjos Salomão. passeando por Lisboa entre algaravias e muchochos eis qui mi deparo com este simpático livreto numa quitanda católica, como grande resenhista e atirador de pedras que sou resolvi rascunhar impropérios críticos sob essa ousadia literária(direto da Ilha da Madeira de dá em Doido) Cantos Tortos trata de uma homenagem espírita aos vivos e aos mortos, e se você não é vivo nem morto, és torto e caminhas no purgatório da vidamundo e paras não perder a viagem abra uma garrafa de vinho do Porto e saboreie Cantos Tortos. Autor Subcomandante Lucas Bronzeado, Propaganda e Marxs Subcapetão Cabeça.

(Rogério Cabeça)

Abstrato em Cantos Tortos